sexta-feira, 27 de maio de 2011

VERMELHO, ROSA, LARANJA E AZUL: A PRIORIDADE É NACIONAL, NÃO É PARTIDÁRIA



Neste momento de grave emergência nacional, em que o país devia estar unido e determinado a entender-se quanto ao essencial e fundamental, que é salvar o país da falência declarada e encontrar uma solução consensual que possa não falhar e se possível melhorar o Plano FMI/UE, é deplorável, confrangedor e principalmente muito perigoso, o sectarismo e radicalismo partidários, de que estão a dar prova os Partidos concorrentes a estas eleições.

Encaram estas eleições como outras quaisquer, numa situação normal.

Aliás, parece que, desta vez ainda se estão a comportar pior.

Era o que eu já previa:




- Um rol de acusações recíprocas, de lavar de roupa suja, de mentiras e aldrabices descaradas, prometendo mundos e fundos, como se não tivessem de executar com todo o rigor, o PLANO FMI e igualmente deplorável, ocultando aos portugueses os terríveis tempos que se avizinham, quando começar a execução daquele Plano.

Ou seja, seguem a estratégia de marketing de sempre, para conquistar o poder:
- Ocultação da verdade, dizer apenas aquilo que os eleitores gostam de ouvir, coisas agradáveis e que não lhes causem grandes preocupações, em suma, enganando o eleitorado, como este sempre prefere.

A ciência do marketing é mesmo assim.

Os homens e mulheres do marketing político sabem bem o que os partidos têm de dizer ao nosso eleitorado, com um perfil típico perfeitamente identificado pela ciência do comportamento do eleitor.

O nosso eleitorado típico, não gosta de ouvir coisas desagradáveis e quem o fizer vai ser fortemente penalizado nos votos.

Por isso os Partidos, por um lado, ocultam a verdade desagradável e por outro, atacam-se reciprocamente com base, muitas vezes em coisas comezinhas e mentiras que se transformam em verdades.

E esta estratégia e esta mensagem passam, que nem uma luva, para o nosso eleitorado, pois é isto que ele mais gosta de ouvir: lavar de roupa suja, denúncias mesmo sem fundamento e ciente de que, quem mais souber atacar o adversário, melhor será para governar o país.

Uma boa parte do eleitorado português é nisto que se baseia para decidir o voto (quem ganhar a guerra das palavras, da eloquência falatória, é o maior e o melhor), para além de, muito obviamente, com base na sagrada cor partidária, o mais importante de tudo, no seu clube.

Até parece desconhecer o velho ditado, tão conhecido dos portugueses, que «a melhor defesa é o ataque», estratégia explorada até ao exaustão, pelo 1º ministro em gestão e o grande responsável e culpado pela tragédia que está a acontecer ao país.

E, melhor do que ninguém, com esta estratégia, lá vai convencendo o seu eleitorado a não o deixar cair e espante-se, o descarado despudor, de atirar as culpas e a responsabilidade pelo que está a acontecer, totalmente para os outros.

Excelente! O lobo transformou-se na «menina do capuchinho vermelho», como por magia milagrosa!

Mal sabe ele o que o espera se ganhar as eleições e conseguir formar governo com alguém que esteja disposto a colaborar com incompetentes.

Mas, se o conseguir, irá enfrentar uma autêntica revolta nas ruas, quando as medidas FMI começarem a vir cá para fora, quando se vir confrontado com a incapacidade e a impossibilidade de executar o Plano e a constatação de que os 78 mil milhões não vão chegar, pois haverá muitos gatos escondidos com o rabo de fora e no limite, a ser obrigado a declarar a falência do país, ou seja a fazer aquilo que ele sempre detestou e contestou: a reestruturação da dívida.

E aí será o caos! Os nossos rendimentos, todos eles, sofrerão perdas e cortes drásticos, o nosso património poderá ser parte penhorado pelos credores e iremos baixar o nosso nível de vida como nunca tal aconteceu.

O nosso protagonista, numa situação destas, terá de fugir e abandonar o poder, mas tendo arrastado consigo toda a população de um país para o abismo.

E, como todos fazem, dirá: «quem vier a seguir que feche a porta» e, já no exílio, ainda vai dizer que os grandes culpados foram os «outros»…!

Este cenário é apenas um dos possíveis.

Oxalá tenhamos a sorte de o evitar. Mas, com certo eleitorado inconsciente da gravidade da situação e tomando decisões baseadas em critérios subjectivos, nunca se sabe o que nos vai acontecer!


Pessoalmente não creio que este cenário aconteça. Mesmo tangencialmente iremos livrar-nos do ditador e uma solução de governo maioritária acabará por surgir, nem que a isso seja obrigado o Presidente da República.

Está nas nossas mãos evitá-lo, como nunca foi necessário! Por isso e dado que temos de passar por eleições e intervenção dos Partidos, defendo nestas circunstâncias, o VOTO ÚTIL.

DESPERDIÇAR E DISPERSAR VOTOS PODE SAIR MUITO CARO AO PAÍS!

A HORA É DE GRANDE UNIDADE NACIONAL E DE EXTREMA RESPONSABILIDADE!

E, é bom não esquecer, o velho ditado, tão necessário na situação em que nos encontramos:


«A UNIÃO FAZ A FORÇA», a divisão e o sectarismo, só nos vai enfraquecer!


Por isso, a hora é de UNIÃO, temos de supender temporariamente as nossas convicções ideológicas e acreditar que a grande prioridade, neste momento, é uma SOLUÇÃO NACIONAL!



segunda-feira, 16 de maio de 2011

EXCERTO DA ENTREVISTA DE CAMPOS E CUNHA AO «PÚBLICO»

Comentário de Campos e Cunha, o ex-Ministro das Finanças de José Sócrates, ao qual sucedeu Teixeira dos Santos, logo no início da 1ª legislatura em 2005



Campos e Cunha


"Estamos a viver um filme de terror em que o drácula culpa a vítima"

Campos e Cunha, antigo ministro das Finanças de José Sócrates, diz que "esta crise governamental foi desejada e planeada pelo Governo".
O professor universitário escreve hoje no Público que "há várias semanas que o Governo adivinhava o final desta semana e antecipou-se".



Diz Campos e Cunha que "como o Governo sabia antecipadamente o que iria acontecer às contas de 2010 e quis precipitar a crise antes do descalabro final; assim, negociou e ajustou um conjunto de medidas (vulgo PEC-4) apenas e só com os nossos parceiros europeus. Nesse pacote estava tudo o que o PSD tinha vetado em negociações anteriores (PEC-2 e PEC-3).



Apresentou essas medidas, num primeiro momento, como inegociáveis. O PSD, orgulhoso da sua posição disse um "não" também inegociável.
No dia seguinte, o Governo, dando o dito por não dito, afirmou-se disposto a negociar.



Mas o PSD caiu que nem um patinho e o Governo caiu como o próprio queria e planeou".



A partir de agora, continua Campos e Cunha, para Sócrates as culpas são do PSD:




"A queda brutal dos ratings, a subidas das taxas de juro, o descalabro das contas públicas serão tudo culpa do PSD (...) que vai passar o tempo a justificar-se, ou seja, perdeu a discussão. Pode não ter perdido as eleições, a ver vamos, mas pode perder a maioria absoluta".



Para o antigo ministro de Sócrates, "estamos a viver um filme de terror em que o drácula culpa a vítima de lhe sugar o sangue.



Estamos a viver o malbaratar dos dinheiros públicos durante muitos anos, com especial relevância nos últimos cinco.
Estamos a sofrer as consequências da dita política keynesiana de 2009 que teria permitido que a recessão fosse apenas de 2,6%.


Muitos defenderam tal irracionalidade, mas também houve quem chamasse a atenção da idiotia de tal abordagem numa pequena economia, sem moeda própria e sem fronteiras económicas".
"A situação económico-financeira é de tal descalabro que não pode haver eleições antecipadas sem haver uma crise política, económica e financeira de acordo com vários ministros, começando pelo primeiro.



É a constituição e a democracia que está em causa", alerta o mesmo responsável.
Campos e Cunha deixa um alerta aos portugueses: "tudo isto tem um rosto e um primeiro responsável.



Lembrem-se disto no dia do voto e não faltem, nem que seja para votar em branco", conclui.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

quinta-feira, 5 de maio de 2011