quarta-feira, 29 de junho de 2011

domingo, 19 de junho de 2011

APELO À ESQUERDA PORTUGUESA: SE ASSUSTAM A DIREIRA NUNCA HAVERÁ ESQUERDA!A SOLUÇÃO ESTÁ NO CENTRO SOCIAL FLEXÍVEL

Embora pessoalmente não concorde com a dicotomia esquerda e direita e sobretudo com as conotações enviesadas que lhes estão associadas, gostaria de analisar este tema, usando esta equação redutora.

Se a esquerda pretende representar o trabalho e a direita o capital, temos reunidas as duas variáveis básicas daquilo que em Micro Economia se chama uma Função de Produção.

De facto, o trabalho e o capital são os dois ingredientes básicos necessários para se produzir bens e serviços, com valor económico e, recuando um bom bocado no tempo, aos tempos de Marx e Engels, podemos associar esta relação entre o capital e o trabalho àquilo a que aqueles autores chamavam de «Relações de Produção».

Uma relação de produção não é mais do que a junção de capital (dinheiro investido em bens produtivos) e trabalho (mão de obra para trabalhar) e , de uma forma simplista, é desta relação de entendimento entre estes dois domínios, que resultam os bens e serviços com os quais satisfazemos as nossas necessidades.

E, obviamente, se esta relação funcionar mal, temos comprometida a satisfação das nossas necessidades e com ela toda a nossa arquitectura de vida.

Por isso já Marx e Engels, associavam ao sucesso desta relação, a própria arquitectura da sociedade, isto é, à forma como nos associamos, vivemos, planeamos a nossa carreira e até certo ponto a construção da nossa felicidade individual ou colectiva.

O que de facto é fundamental é que, nas sociedades modernas, será sempre necessária a intervenção destes dois elementos e, para que haja progresso, desenvolvimento e prosperidade, esta relação tem de estar muito bem afinada e haver um clima de bom entendimento.

Se houver um desequilíbrio para qualquer dos lados, a relação está comprometida e tudo pode ser posto em causa.

Explicando, também de uma forma simplista:

- Se a esquerda, representando os trabalhadores, complicar a vida à direita, representada pelos empresários e investidores, bloqueando a sua acção e reivindicando para si, a maior parte do rendimento gerado, de tal forma que, juntamente com o quinhão destinado ao Estado (sob a forma de impostos e contribuições sociais para benefício dos trabalhadores), a relação fica desequilibrada em favor de uma das partes (neste caso os trabalhadores) e com o passar do tempo, se a situação persistir, a parte prejudicada (no exemplo o empresário) fica impossibilitada de gerar poupança, impedindo o seu reinvestimento reprodutivo e o crescimento.

Numa situação limite, este cenário pode ocasionar a descapitalização progressiva da empresa, o seu definhar e a falência.

- Se a direita, representando o empresário e investidor, complicar a vida à esquerda, representada pelos trabalhadores, reivindicar para si o maior parte do quinhão do rendimento gerado, e ainda se não o reinvestir, é obvio que estamos perante um caso de flagrante injustiça e até de exploração do homem pelo homem.

Estes dois exemplos muito simples mostram aquilo que é óbvio, isto é, se não houver equilíbrio e justiça no funcionamento desta relação de produção, tudo pode estar comprometido e, no conjunto de uma sociedade, o crescimento económico e o desenvolvimento dessa sociedade.

Chegámos assim, ao ponto fulcral:

A esquerda reivindicativa tudo tem feito, através de Sindicatos, Corporações e Partidos, para chamar a si uma boa parte dos rendimentos gerados pelas empresas e, protegidos por uma Constituição desequilibrada apenas em seu favor, têm-no de certo modo conseguido.

E essas conquistas do Abril revolucionário, passaram a se conhecidas nos anais da nossa história como « Direitos Adquiridos» e por isso ainda se proclama o slogan abrilista «25 de Abril Sempre!» pelos grandes beneficiados do Regime.

Por outro lado o próprio Estado, também protegido pela Constituição, igualmente desequilibrada em seu favor, tudo tem feito para, através de impostos e contribuições sociais , também em geral em favor dos trabalhadores (protecção no desemprego, reforma, saúde, etc. ) e para permitir a sua expansão desmesurada, chamar a si, outro bom quinhão dos rendimentos gerados pelas empresas.

Numa economia débil como a nossa, esta pressão permanente da esquerda e do Estado, numa concepção ideológica igualmente de esquerda, sobre a direita, teve como resultado final a completa descapitalização das Pequenas e Médias Empresas de tal forma que, centenas de milhares foram à falência, gerando uma taxa de desemprego como há muito tempo não acontecia em Portugal e que, em trabalhadores desempregados, oficialmente quantificado,s já ronda os 750.000.

Mas certamente serão muitos mais, se contarmos os não oficialmente contabilizados. O total de desempregados já deve andar perto de um milhão.

Ou seja, o Feitiço virou-se contra o Feiticeiro!

Quisemos ser mais papistas que o Papa!

Em termos de empresas, desde que Sócrates tomou o poder, cerca de 250.000 PME´s foram à falência e desapareceram do mercado.

E com toda a legitimidade perguntamos: não teria sido preferível a moderação, o equilíbrio e o realismo, tentando perceber o que está em causa numa relação de produção?

Algo está de facto errado no nosso país! Como foi possível tudo isto acontecer? Como foi possível chegarmos a isto?

Parte da explicação está descrita atrás.
Mas há infelizmente mais, muito mais que, se tivesse a veleidade de o descrever aqui, nunca mais acabaria esta reflexão.

O que penso sobre tudo isto é que, este sistema económico e social em que vivemos, que não é capitalismo nem comunismo, que aposta na descapitalização das empresas e servindo-se dos empresários como meros instrumentos e marionetas duma gestão e intervenção públicas, como não há memória, conduziu-nos de FMI em FMI e de PEC em PEC, praticamente à bancarrota.

De facto este sistema original não é nada. É algo indefinido que não é carne nem é peixe.

É preciso de uma vez por todas, clarificar o sistema. Para que possamos começar a trabalhar conhecendo as regras do jogo e com o que podemos contar.

Com um novo governo eleito, com uma visão muito diferente da sociedade, do que o que o antecedeu, não percamos esta oportunidade única de MUDAR, de mudar de paradigma, de abandonar de vez, as velhas ideias, de poder respirar as fresco no futuro e de ambicionarmos a ser verdadeiramente livres da tutela de um Estado todo poderoso, que controla tudo e todos, usando e abusando do poder.

A esquerda portuguesa tem de perceber, tem de compreender que não é o Estado-tutela que cria riqueza, são as empresas!

E só estas poderão contribuir para a melhoria do nível de vida dos trabalhadores, de nós todos.

A esquerda portuguesa tem de perceber que é preciso dar oportunidade às empresas para criarem riqueza e entender, de uma vez por todas, que não se pode distribuir riqueza onde ela não existe. Este foi um dos erros em que incorreu.

A tal Relação de Produção de que falei atrás, tem de estar equilibrada entre as partes envolvidas (a esquerda e a direita), pois só assim poderá ter condições para criar a tal riqueza que permite o crescimento económico do país e com ele o seu desenvolvimento e a prosperidade de todos nós.

Riqueza distribuída com justiça, racionalidade e equilíbrio, entenda-se.

Não se trata de apostar em Neo-liberalismos, chavão e papão, que os mesmos de sempre e que contribuíram para a destruição do país, estão agora a agitar com grande veemência e preocupação, ainda nem sequer o Governo tomou posse, parecendo desejar a queda definitiva no abismo.

Calem-se de vez com esses papões! Não é disso que se trata. Trata-se de salvar o país e retirá-lo da trajectória do abismo.

Que soluções alternativas propõem? Comunismo? Marxismo-Leninismo? Trotskismo?
Isso, porventura, é solução para o nosso país?

Aproveitemos, sim, com realismo e pragmatismo, de uma vez por todas esta oportunidade única ! DEIXEM O NOVO GOVERNO TRABALHAR!

NÃO LHE COMPLIQUEM A VIDA, PORQUE MAIS DO QUE COMPLICADA JÁ ELA ESTÁ!

PARA ELES, E PARA TODOS NÓS.

Se puderem ajudem o Governo, mas se nada puderem fazer ao menos NÃO LHE COMLIQUEM A VIDA E AS TAREFAS CICLÓPICAS QUE TÊM PELA FRENTE!

terça-feira, 7 de junho de 2011

A QUEDA DEFINITIVA DO DITADOR E O SINISTRO DENTE DE SERRA

Apesar da grande abstenção, confirmando a grande irresponsabilidade deste eleitorado, que mais uma vez não quis saber do futuro do deu país, que nestas eleições estava em jogo, abriu-se caminho à esperança.

O perigoso homem da mentira compulsiva, finalmente caiu em definitivo
, perante a retumbante derrota sofrida nestas eleições. E para bem de todos nós, vai desaparecer da vida pública e ainda bem, pois só a sua sombra por perto era, no mínimo, incomodativa.

Que desapareça para bem longe e se houvesse justiça a sério neste país, devia ser julgado civil e criminalmente pelos prejuízos que causou ao país.


FOI UM PRIMEIRO PASSO ESSENCIAL!

Mas, infelizmente o mal está feito e vamos ter de pagar todos, sem excepção, especialmente os nossos filhos, a pesada factura da incompetência, dos erros, teimosia e loucura deste homem.

Ou muito me engano ou um grande tacho o espera na União Europeia ou na ONU, na esteira do que sucedeu ao seu antecessor António Guterres que, pela herança pantanosa que nos legou e que nos custou muito caro, foi premiado com um excelente cargo dourado na ONU.

É sempre assim, os amigos da «internacional» estão lá para lhes dar a mão nos tempos difíceis… e quem paga somos nós!

Para ser franco receei pelo resultado destas eleições!

Pelos erros e gafes cometidos pelos líderes do PSD e do CDS, que foram habilmente explorados até à exaustão pelo ditador. Mas, na recta final, os ajustamentos necessários foram feitos e o efeito de recentividade fez-se sentir.

Mas receei também pela atitude do tal eleitorado inconsciente, clubista, masoquista, abstencionista e dos privilégios dourados que o ditador lhes proporcionou, que nas sondagens nos fez pregar um grande susto.

Felizmente tudo acabou em bem e a legítima esperança na recuperação esteja entregue em boas mãos.

O resultado destas eleições, embora extraordinárias e de especial importância, no entanto, mantêm-se dentro dos parâmetros e do perfil histórico do pais.
Ou seja a saga do «DENTE DE SERRA», que caracteriza aquele perfil, continua a perseguir-nos.

Ou seja, um partido (PS) na sua legislatura destrói e deixa o país no completo descalabro e a seguir perde as eleições e ganha o «Partido Muleta», o PSD, coligado ou não, para reconstruí-lo.

Depois da recuperação do país o PS volta ao poder, para voltar a distribuir os rebuçados com que se contentam muitos portugueses, mas que só existem no marketing eleitoral. E fica depois com os «louros» do esforço dos outros que, para seu mal, também foram considerados culpados de tudo.


Coitados, é caso para dizer! Não lhes invejo a sorte!

Foi sempre assim, apenas com pequenas variantes que só confirmam regra.

As medidas do FMI/UE têm de ser mesmo aplicadas e o processo de recuperação do país vai ser longo e difícil e este «Governo/Muleta» vai ter de enfrentar muitos desafios e dificuldades de toda a ordem.

Para além do enorme esforço que lhe vai exigido e da capacidade e determinação para suplantar as exigências de programa tão severo, este governo vai ter de enfrentar ainda nas ruas, a revolta, o tumulto, a greve, as manifestações de contestação e toda a espécie de agitação.

E também na Assembleia da República, a luta encarniçada da nova oposição, acusar os «culpados» de terem destruído o país.

Dos mesmos de sempre, dos detentores dos direitos adquiridos que vão ser postos em causa e dos que nada têm e têm mesmo razão para se manifestar.

E as ameaças veladas já começaram, ainda nem sequer o Governo tomou posse.

Desde logo a esquerda comunista, pela vozes de Jerónimo de Sousa e Carvalho da Silva, seguidos certamente da esquerda bloquista, depois de refeita do desaire eleitoral.

E, espante-se, da própria esquerda socialista responsável pelo descalabro financeiro, económico e social do país, pela voz de Ana Gomes que, do seu pedestal dourado do Parlamento Europeu, que lhe garante proventos milionários, atacando Paulo Portas com difamações e comparando-o a STRAUSS KAHN o pseudo violador da empregada do Hotel em Nova York.

É um péssimo presságio do que aí vem em agitação
e em dificultar o mais possível a vida ao voluntarioso governo/muleta que tão nobremente vai assumir tarefa tão complicada e difícil.

E a Constituição que já devia ter sido alterada e expurgada dos paradigmas revolucionários de 1974, vai ser também um grande obstáculo para o novo governo.

Muitas medidas que têm de ser tomadas são inconstitucionais à luz das verdades absolutas da revolução abrilista.

E ela irá ser invocada por tudo e por nada, para justificar a paralisação do processo de recuperação do país e irá tentar impedir, mesmo nesta situação de extrema emergência nacional, as reformas estruturais que o novo governo se propõe realizar, para colocar o país nos carris certos.

Porque acima de tudo estão os direitos adquiridos, mesmo em situação de insolvência do país, e o ideário revolucionário socialista de Abril, valor absoluto, eterno e sagrado.

Nada mais conta para certa sociedade deste país.

É um mau presságio para um país que devia estar unido e mobilizado para, com o esforço sereno e determinado de todos, sem excepção, pondo de lado temporariamente as nossas convicções ideológicas, e como fizeram outros países nas mesmas circunstâncias, iniciarmos as tarefas ciclópicas de reconstrução do país.

Mas não! Continuamos teimosamente radicalizados ideologicamente, pensando apenas em nós próprios e nos nossos mesquinhos interesses, e contribuindo para dar o empurrão que falta, para cairmos definitivamente no abismo.

Este cenário têm-se repetido sistematicamente, num sinistro dente-de-serra ao longo deste ciclo revolucionário abrilista e mais uma vez, vai repetir-se.

Só que desta vez o desaire foi estrondoso em mais de um século de história portuguesa, nunca se viu nada assim.

E por isso a repetição do sinistro ciclo do DENTE-DE-SERRA, pode desta vez sair muito caro ao país.

Oxalá eu esteja enganado!

sábado, 4 de junho de 2011

O MEU CONTRIBUTO PARA O VOTO DO DIA 5/6

ESTE É O MEU CONTRIBUTO PARA A CAMPANHA ELEITORAL

A epopeia de um déspota e a estratégia dos media: ensaio sobre um país à
beira do caos!

por Paulo Carvalho

Sou um pacato, anónimo e honesto cidadão português e aquilo que me distinguirá da maioria dos meus compatriotas é o facto de escrever e partilhar a raiva que vai em mim, apesar de não ser fazedor de opinião, cronista, jornalista, famoso ou ter qualquer outro desses atributos que fazem com que apenas pessoas que não sentem a crise, sejam socialmente
autorizados a falar dela.


No dia em que os media derem tempo de antena a cidadãos honestos e trabalhadores que ganham 500 euros por mês, e deixe que estes condicionem opiniões, então aí sim a palavra Justiça começa a fazer sentido.

Não passo de alguém que quer apenas fazer chegar uma mensagem ao maior número de pessoas e, com isso, contribuir para que algumas mentes despertem da letargia. Se todos os portugueses (os que não se identificam com este Portugal, leia-se) fizerem um simples acto que demonstre a sua revolta, o país mudará, acreditem!
Este texto é a súmula de muitos textos que, de há uns anos a esta parte, me apeteceu escrever.


Quis a ironia do destino, ou melhor, quis o povo que Portugal tivesse ao leme dos seus destinos, há mais de cinco anos, um homem que, estou em crer, a História se encarregará de caracterizar melhor do que eu! José Sócrates Pinto de Sousa, que fez questão de adoptar o mais estranho dos seus nomes para sua chancela, quiçá procurando algum paralelo com o mais brilhante de todos os filósofos, mas esquecendo que o seu percurso tem tornado pecaminosa tal analogia, pois não haverá melhor exemplo de contradição.

Este homem foi eleito, como aliás acontece sempre em Portugal, não por qualquer mérito, mas por demérito de quem o antecedeu.

Em Portugal ninguém ganha eleições; em Portugal apenas se perdem eleições. Os parcos horizontes mentais do meio país que vota desde o 25 de Abril, e a competência revelada pelos políticos, impedem que alguém ganhe eleições e fazem com que apenas o PS e o PSD percam eleições. Em 2005, o sábio povo, mais uma vez para castigar quem não lhes agradou, podia ter feito mil coisas, entre elas colocar no poder gente nova, partidos novos, de esquerda, direita, do centro, votarem todos em branco, votarem todos nulo… enfim; mas não! Como é apanágio na «democratura» tuga, castiga-se o peixe, votando na carne e castiga-se a carne, votando no peixe.Pior que isso, e constatando que o peixe é podre e a carne é putrefacta há décadas, perpetuam esse enjoativo jogo, num frenético exercício masoquista.


Claro que as estas coisas são lentas no tempo, mas o tempo acaba por chegar e damos por nós, hoje em dia, de caras com a inquietante factura desse mórbido ritual de troca bipolar de poder, assente na legitimidade do voto da populaça!


Trinta anos de política palaciana, em que autênticos tsunamis financeiros inundavam atabalhoadamente o país, tornando a geração de pais e filhos dos últimos 30 anos numa generalizada máquina de consumo, cuja cegueira do aparente novo-riquismo, impediu que se implantassem as mais básicas regras de justiça social e, pior que tudo, que uma cultura desprovida de valores, de educação, de razão e, em última instância, de humanidade, alastrasse em Portugal.
A mais aberrante consequência disso, são fortunas colossais amealhadas no exercícios de cargos públicos, onde os, já de si, absurdos e ofensivos vencimentos são complementados pela corrupção generalizada.

Este estado de abastança geral, levou a que as pessoas entrassem numa espécie de anestesia social, sem que as evidências de um país pobre cheio de gente rica, as incomodasse, vivendo o «hoje» e deixando o «amanhã» aos políticos.


Esse «amanhã» chegou e os políticos são os mesmos. O que variou, para muito melhor, foi o seu património pessoal. O país continua pobre; cada vez mais pobre. As pessoas, para além de
continuarem pobres intelectualmente, são-no, agora e cada vez mais,
financeiramente. Conclusão: se considerarmos ricos, aqueles que auferem rendimentos mensais acima de 3000 euros, merecidos ou não, há entre estes, dois grupos que
condicionam a nação de forma brutal: os agentes ligados aos media (jornalistas, comentadores, apresentadores, etc) e os políticos. Os primeiros enquanto fazedores e moldadores de opinião e que, num país em que as mentes são franzinas, facilmente conseguem levar o rebanho ao prado
que desejam; os segundos, porque governam e legislam e, por conseguinte, também levam o mesmo rebanho a seu prado, nem que seja pela simples força da Lei.

Deste pantanal, surge um país em que, no ano 2011, o ordenado mínimo está abaixo dos 500 euros, mas uma apresentadora de televisão, que pouco mais faz do que guinchar desalmadamente, ganha 50 000 euros mensais; um doente espera 5 anos por uma cirurgia, mas um gestor público ganha mais de um milhão de euros num ano; uma empresa pública tem 700 milhões de passivo, mas muda a frota de automóveis topo de gama dos administradores de 3 em 3 anos; um cidadão é preso por consumir droga, mas os mega-processos envolvendo figuras
públicas arrastam-se por anos a fio e acabem em nada; o leite escolar paga 23% de IVA, mas os campos de golfe pagam 6%; o país está no limiar da bancarrota mas continua a falar-se no TGV e no aeroporto. Enfim, um rol de contradições que não existe termo no léxico português que caracterize o grau da sua aberração.

Isto é fruto de uma política em que o povo vota. Isto é fruto de políticos que, sabiamente, vivem à sombra da ignorância popular.


O epítoma dessa desgraça chama-se José Sócrates.

Um autocrata obstinado! Um sujeito que lidera um partido desnorteado com mão de ferro com um bando de lacaios submissos, cujo mais ocupado assessor é o de imagem; aplaudem-no, dizem ámen a tudo, mas no fundo gostariam de ter coragem para enfrentar o mentecapto. Mas não têm… Um homem nascido e vindo do interior esquecido e que chegou ao sucesso por uma das únicas duas vias que permitem tal ascensão: o talento ou a política. Obviamente que, neste caso, apenas a segunda hipótese prevaleceu.


Aliás, a política é para mim o mais obtuso, absurdo e contraditório conceito, pois se, por um lado, é aquilo que legal e constitucionalmente mais condiciona a vida das pessoas, por outro lado, é a maior imundície das pseudodemocracias; é um antro fétido de jogos de interesses instalados de clientelismos, regados por uma corrupção sórdida completamente impune.


Em 5 anos, Sócrates cometeu a proeza de decapitar por completo um país cuja cabeça acaba de ser entregue numa bandeja aos senhores da troika. A liderança política de José Sócrates esventrou toda a estrutura portuguesa, já de si débil, e atirou-nos para o limiar da bancarrota!
O Homem que muitos pensam inteligente e detentor de dom de palavra, mas que pouco mais faz do que servir de manequim de fatos caríssimos, ler telepontos e olhar-se ao espelho, dando asas ao seu narcisismo agudo!


Luis Campos e Cunha (antigo ministro de Sócrates) diz, sobre esta crise, que vivemos um filme de terror em que o Drácula culpa a sua vítima, aludindo numa brilhante metáfora, ao que Sócrates consegue hoje: encarnar um papel absolutamente surreal de conseguir culpar os outros por uma tragédia imputável a si próprio.

Mas eu pergunto sempre: o que é que consegue ser mais inacreditável? É um homem que, ciente que despojou um país de quase tudo, protagonizando um política suicida e liderando um Governo assassino e que se reapresenta de cara lavada a eleições como se nada lhe fosse imputável, ou será constatar que ainda é considerado um herói pelos seus acólitos, um brilhante estadista pelos «bate-palmas» que o rodeiam e, pior que tudo, segundo se consta, um
bom primeiro-ministro para mais de 30 % do zé povinho?


Acreditem que quando penso nisso, dá-me vontade de, qual Zeca Afonso, pegar na trouxa e zarpar deste torpe país, onde abundam mentes desta natureza. Acho impressionante como há pessoas que preferem a certeza do mal, à incerteza. O velho chavão de que «eles são ruins, mas os outros se calhar são piores» atesta que este país está cheio de gente cuja cabeça facilmente se trocavam pela de um asno, em claro prejuízo deste!


Eu não posso acreditar que vivo num país, em vias de extinção, onde a um mês das eleições já se sabe o seu resultado, como se fosse utópico o PQANML
(Partido Que Agora Não Me Lembro) ganhar com 100 % dos votos se toda a gente votasse nele! Não! Nem pensar nisso! O país está podre. As Instituições democráticas estão podres.
A justiça podre. A educação apodrecida…
Tudo é podridão, mas, de sorriso no rosto, o zé portuga, vota PS ou PSD, únicos partidos de poder desde o 25 de Abril. É aqui que os media se movimentam no seu jogo sujo de moldar as pobres mentes. É como os jornais desportivos que ocupam metade da edição a falar no Benfica para vender! Os media dão horas a fio de tempo de antena aos ditos grandes partidos para que
a populaça os assimile bem, nem que seja por exaustão. Os media gostam de Sócrates por dois motivos; porque adoram tragédias e porque não são alvos da sua política criminosa!


Também não aceito a treta do voto útil. Isso é um preconceito que os do costume agradecem, pois diz a matemática que ganha quem tem mais votos e se o PQANML tiver 50% mais um, é governo. Todos os votos são úteis, portanto, e são-no ainda mais se forem contra os cadáveres políticos vivos que estão agarrados à teta do poder como uma ostra à rocha e sabem que podem contar com a pobreza do povo, até daqueles que tratam mal a mãe dos políticos, mas atulham-se aos empurrões para tocar nos «Deuses» quando estes vêm à feira!

O país não é o que Sócrates diz.
O país é o que Sócrates quis!

Esta crise política mais não é do que a consequência da forma ardilosa (aliás ele de engenheiro tem apenas o engenho de ludibriar os papalvos) com que geriu os PECs. Sabendo desde logo do chumbo do PEC4 (agora imposto pelo FMI), apressou-se a demitir-se iludindo o povinho que a partir dali a culpa era da oposição, mas mais se apressou a chamar o FMI, esventrando a pouca
soberania que nos resta. É como dizer: «Venham cá limpar a porcaria que eu fiz mas por culpa da oposição». Só um dos maiores mentecaptos da História de Portugal, um criminoso, como lhe chama Medina Carreira, como Sócrates, de tal seria capaz.


E apresenta-se, porém, a votos, com aquele ar de quem nada deve mas a quem tudo de bom se deve! E as pessoas votam nele!


Hoje mesmo as sondagens dão o PS na frente. Se este PS ganhar estas eleições, Portugal ficará de luto e meio país desejará emigrar, nunca percebendo como é que um país se deixa prostrar aos pés de um déspota desta envergadura. Eu, por certo não emigrarei, mas acreditem que o nojo que, de há 20 anos para cá, vai aumentando por ostentar a triste chancela de ser português, alvez de transforme numa mudança de vida, para me sentir bem neste pobre país: deixarei de trabalhar e pagar impostos para que o Estado me sustente com o rendimento mínimo, alistar-me-ei numa claque de futebol, arrumarei, quem sabe, uns carritos, arrancarei metade dos dentes e colarei uns cartazes do PS, dizendo que José Sócrates é o meu pai! Aí sim, sentir-me-ei um orgulhoso português!


Conclusão: apetece-me vomitar quando penso em políticos neste país, mas o maior nojo que sinto é pertencer a uma sociedade que, eivada de uma pimbalhice generalizada, os perpetua e legitima no poder. Em suma, cada povo tem o que merece e nós merecemos estes políticos!


Apelo, pois, valendo isto o que vale, que no dia 5 de Junho nada seja justificação para não votar; que seja a maior afluência de sempre e que apenas uma coisa esteja nas vossas cabeças quando votarem seja em que partido for: será que eu quero que estes políticos continuem a comandar o
meu país e o dos meus filhos?

No fim de pensarem nisso durante uma hora, então coloquem a cruz.


Paulo Carvalho



VERBA VOLANT,SCRIPTA MANEN.