sábado, 30 de julho de 2011

UNIÃO EUROPEIA: BOA OU MÁ OPÇÃO PARA PORTUGAL

O sonho de uma Europa Unida e de um Império Europeu alargado, já vem de longe.

Uns usando a via da força, como Napoleão sonhando com impérios de hegemonia francesa, outros como Guilherme II e Hitler, com o argumento do darwinismo social, sob a égide alemã e outros ainda, depois do colapso europeu do pós 2ª guerra mundial, propondo a via pacífica, primeiro económica e social e depois semi-federativa, com moeda comum, estado em que estamos.

Perante os acontecimentos dos últimos anos e em particular deste último, tudo parece desagregar-se e traídos os sonhos de Konrad, Delors e outros que, desde os anos cinquenta do século passado, acreditaram que o sonho europeu era possível, por via do entendimento e do diálogo entre os povos europeus.

Os seus continuadores assim acreditaram e envolveram no sonho um número cada vez maior de estados europeus. Hoje já somos vinte e sete e pelo menos mais quatro candidatos.

Uma miscelânea de países, entre os quais um número significativo de economias débeis e mal preparadas para integrarem uma união de moeda forte e comandada por um directório de países ricos e de economias igualmente fortes.

Alguns, como a Grécia, camuflaram e fizeram iludir essas debilidades e hoje, estão a pagar bem caro a ânsia e a ousadia de participarem no clube europeu.

Outros, como Portugal, embora satisfazendo os requisitos mínimos, fizeram-se à frente, embora também com muitas fragilidades. De facto, em 1986, não estávamos ainda preparados e vivíamos ainda a ressaca da segunda vinda do FMI ao nosso país, depois do colapso financeiro do governo de Mário Soares.

Mas, perante o desagregar do império colonial, após uma penosa descolonização, que deixou ressentimentos nos colonizados, também poucas alternativas nos restavam.

Um das moedas mais fortes do mundo, o euro, não é compatível com economias débeis, como a nossa, porque não são competitivas, não têm grande capacidade para exportar tecnologias de ponta e inovadoras, vendidas ao exterior a peso de ouro, pelas grandes potências económicas.

A moeda forte só favorece as importações, mas prejudica bastante as exportações, para as economias frágeis, como a nossa, numa economia globalizada. Por isso e não só, a nossa Balança Comercial é altamente deficitária.

Os nosso parceiros europeus, aparentemente generosos, deram-nos uma grande ajuda com os biliões de euros em fundos de coesão, coesão com o objectivo de os aproveitarmos para nos desenvolvermos e nos aproximarmo-nos deles.

Não só a ajuda não foi aproveitada, predominando o oportunismo, a corrupção, as piscinas, os palácios, as mansões e os carros de luxo topo de gama, onde grande parte foi aplicada, como a ajuda europeia não foi assim tão generosa, como os factos vieram demonstrar.

De facto, para além da má aplicação que fizemos desses fundos, caímos que nem «patinhos» na cilada que os nossos parceiros do norte do clube europeu, com relevo para a Alemanha e França, nos prepararam, qual casca de banana em que todos escorregámos e como que desenterrando as teses darwinistas do domínio das grandes potências sobre as mais pequenas e fracas.

Estes factos, por si só, já explicam uma grande parte da tragédia que se abateu sobre nós.

A outra parte explica-se pelo sono profundo que o sedativo europeu nos provocou, optando claramente pelo doce saborear desse sono à sombra das bananeiras portuguesas.

Sono dos políticos, sono do regime e do sistemas em que temos vivido! E também sono de grande parte de nós!

E agora, de repente, acordámos e em pânico, vemo-nos colocados à beira de um precipício, bastando um leve empurrão para nos precipitarmos no abismo.

E interrogamo-nos, meio despertos deste sono letárgico, como foi isto possível?

A questão dos fundos já é sobejamente conhecida, rios de tinta se têm gasto a falar desse assunto. Já não vale a pena falar nisso.

Mas convém determo-nos um pouco sobre a «casca de banana» em que escorregámos e habilmente preparada pelos nossos «amigos» europeus, sob o directório franco- alemão.

Trata-se de uma estratégia congeminada por este directório, de unificação europeia, mas com domínio dos países, ditos mais fracos, do sul da Europa, não por via militar, mas pela via económica.

Uma estratégia bem simples:

- Complementar com os fundos comunitários de ajuda que, só por si, já nos alienaram bastante, um pacote de exigências de redução da nossa produção agrícola e de redução das nossa quotas pesqueiras nas águas nacionais e internacionais e abate de uma grande parte da nossa frota pesqueira, tudo isto em troca da oferta de compensações financeiras aos agricultores, pescadores e armadores.

Nós que, desde sempre, nos habituámos a compensar o défice de produção nacional, com fundos vindos do exterior, desde o ouro do Brasil até às remessas dos emigrantes, vimos nisto um verdadeiro maná.

Ganhar bom dinheiro sem trabalhar, isto é do melhor!

Para muitos agricultores e pescadores poderá ter sido um bom negócio, mas foi um péssimo negócio para o país.

País que, tendo tradicionalmente vivido muito da agricultura e das pescas, evitando muitas importações de produtos provenientes destes sectores económicos, de repente fica privado de uma grande parte desta produção, ficando, a partir daí na quase completa dependência da importação de produtos alimentares e de peixe, grande parte deles proveniente dos países europeus que congeminaram esta estratégia.

Ou seja, esta estratégia muito simples, gizada pelos países do norte europeu, visou criar no sul da Europa onde predominam as economias mais frágeis (Portugal, Espanha, Grécia, Chipre) um extenso mercado de exportação de produtos agrícolas e agro-industriais e para outros produtos de que ficámos privados pela amputação de grande parte daqueles sectores.

Deixámos assim, de ser quase auto-suficientes em produtos agrícolas, agro-industriais , de peixe e produtos da indústria pesqueira, dependendo da importação de aproximadamente 70% a 80% deste produtos base essencial da alimentação da população do país.

As consequências financeiras para o país foram desastrosas.

A falta de produção nacional deste produtos e de produção alternativa de bens e serviços exportáveis que pudessem compensar este défice de produção, foi uma das causas do grande endividamento externo a que fomos obrigados, pois que as importações têm de ser pagas ao exterior e a Balança Comercial sendo deficitária, forçou ao endividamento.

Mais uma vez fomos atrás do canto da sereia e ficámos encantados.

Mas a culpa não a podemos imputar aos agricultores e aos pescadores. Estes apenas agiram em função dos seus interesses pessoais. Se nos dão dinheiro para não trabalhar, porque haveremos de trabalhar?

Os grandes responsáveis foram, como sempre, os políticos da época e dos que lhes sucederam, que não souberam ou não quiseram, fazer uma negociação que defendesse os interesses do país.

Estamos agora, com este governo, saído das eleições de 05 de Junho, a tentar emendar a mão e corrigir os erros crassos em que incorreram os seus antecessores. E todos nós estamos, neste momento de grandes dificuldades, a pagar amargamente as consequências desses erros.

Mas, perante este cenário de grande cepticismo, em relação às «boas» intenções dos nossos parceiros europeus e em particular do eixo franco-alemão, e perante o ressurgimento do exacerbar dos egoísmos nacionais e até dos nacionalismos, em alguns países europeus, interrogamo-nos onde estão as tão propaladas solidariedade, coesão e união europeias?

Não estaremos antes perante um união de interesses egoístas, divergentes e de congeminação de estratégias de domínio dos países ditos mais fortes e ricos, em relação aos mais fracos e menos ricos, como que desenterrando as teses darwinistas?

É uma questão que nos deve preocupar e será a legítima a pergunta se fizemos bem ou mal ao aderirmos à União Europeia.

E perante o disparar dos canhões do lado de lá do Atlântico, com as miras apontadas para os flancos do sul da Europa, os elos mais vulneráveis desta união, explorando habilmente a sua inépcia, imobilismo, fragilidade económica e financeira e agora os evidentes e preocupantes sinais de divisão, ainda mais nos interrogamos sobre o desfecho final desta União Europeia.

Ou a União Europeia acorda de vez e consolida e reforça rapidamente a sua posição, enquanto espaço económico e geo-estratégico determinante a nível mundial, ou pode ser o princípio do fim do grande sonho europeu.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

A FACE OCULTA DO SOCIALISMO

Ontem, ao ver e ouvir nos noticiários televisivos da manhã, o comentário do fiscalista Tiago Caiado, pessoa que já nos habituou às suas objectivas e contundentes opiniões, mas extremamente realistas, mais até do que as de Medina Carreira, sobre a situação portuguesa e do regime em que vivemos, fiquei e como sempre, satisfeito pela frontalidade e pelo desassombro anti politicamente correcto, com que exprime as suas opiniões.

É destas personalidades, infelizmente ainda raras em Portugal, que o nosso país precisa.

Que tenham a coragem de falar, que não tenham medo do politicamente correcto, que ponham em causa esta e muitas falsas ideias postas a circular pelas grilhetas mediáticas que nos têm acorrentado durante décadas, completamente alienadas e subservientes do poder político resultante do voto.

Falou da situação europeia, da sua debilidade enquanto espaço económico, politico e social e por isso mesmo, alvo dos ataques cirúrgicos dirigidos do outro lado do Atlântico, contra os seus elos mais fracos: Portugal, Grécia e Irlanda e agora também a Itália.

Falou da situação portuguesa e da sua debilidade, reflexo dos erros internos cometidos e dos males europeus, levados aqui em Portugal aos extremos.

Portugal é sempre o campeão dos extremos em quase tudo o que é mau na União Europeia. Talvez para dar nas vistas e se fazer notado, mas pelas piores razões.

A questão de fundo abordada por Tiago Caiado, era a causa do mal europeu e da cópia do seu modelo para quase todos os países que integram a União Europeia:

A aposta nos modelos económicos e sociais propostos pelo socialismo.Para ele e eu estou inteiramente de acordo, a causa da desagregação europeia e da sua debilidade económica e social reside exactamente nessa opção, aparentemente boa e prometendo o paraíso, a igualdade e a prosperidade para todos, como que retomando os dogmas da Revolução Francesa, mas conduzindo à debilidade económica, ao cavar das desigualdades sociais, e à desagregação do Estado Social, nos moldes em que ele foi concebido e construído.

É esta a face oculta do socialismo, aquela que não se vê, não se dá por ela, enquanto durar o dinheiro dos outros, como bem um dia afirmou Margaret Teatcher, antiga primeira-ministra do Reino Unido, mas que se começa a sentir na pele, quando o dinheiro dos outros começa a rarear e a acabar.
E esses outros, para que todos entendam, são as empresas, são os empresários empreendedores, que trabalham no duro para que as suas empresas gerem riqueza e são todos aqueles cidadãos que, querendo legitimamente prosperar e subir na vida, através do empenho esforçado na formação, qualificação e trabalho, quantas vezes árduo e difícil, conseguem atingir um patamar social e económico que lhe permite manter um nível de vida acima da média.

De facto, o chamado socialismo dito democrático, ideia lançada em Portugal pelo seu patrono ideológico, Sr. Mário Soares, pretende ser um meio termo, entre capitalismo puro ou regulado privado e comunismo (capitalismo de Estado).

Porque nem é uma coisa nem é outra, pretende atingir objectivos semelhantes aos do comunismo, mas pela dita via democrática,.

Ou seja, este conceito extremamente ambíguo de socialismo democrático, pretende, por via indirecta, isto é, deixando aparentemente aos cidadãos a livre iniciativa, o empreendedorismo económico e o esforço individual, para tentarem alcançar um nível de vida acima da média, mas no fim do processo, quando esses objectivos foram alcançados, o Estado extorque-lhes uma grande parte, ou mesmo a maior parte, do rendimento por eles gerado, com vista a atingir, por via da chamada redistribuição do rendimento, objectivos de igualdade e apoio social aos cidadãos, ditos «mais desfavorecidos».Ou seja, o Estado neste socialismo dito democrático, mas que na prática acaba por ser uma via indirecta de atingir objectivos próximos dos comunismos, desempenha o mero papel de saqueador dos agentes económicos e dos cidadãos, a chamada economia real, para entregar de mão beijada aos ditos desfavorecidos, uma grande parte deles, falsos desfavorecidos.

E falsos desfavorecidos, por via do golpe, do parasitismo, do oportunismo, do ócio por não quererem trabalhar, da inépcia de não quererem estudar e adquirir formação e qualificação e pelos rendimentos paralelos não declarados que auferem, em acumulação com os apoios sociais que auferem do Estado.É bem mais cómodo e agradável, como diz e bem, Tiago Caiado, viver no ócio e ir beber uns copos à cervejaria, do que ir trabalhar, e é ainda mais agradável saber que esses rendimentos foram extorquidos àqueles que trabalham no duro todos os dias.

Muitos ditos desfavorecidos
, vivem em boas casas de renda quase gratuita, recebem apoios sociais duplicados e triplicados, trabalham na economia paralela e ganham muito mais, do que o seu vizinho do mesmo prédio que, não sendo desfavorecido, tem de trabalhar arduamente todos os dias, e por isso mesmo, acaba por auferir um rendimento muito mais baixo do que o do seu vizinho considerado desfavorecido e que não faz nada de útil na vida.

O socialismo dito democrático é isto. Mas, é apenas uma das peças da sua tenebrosa face oculta.


Outra peça é sobejamente conhecida: os tachos, as mordomias e os privilégios dourados dos agentes, espalhados por todo o país, deste tipo de socialismo que, o «furo» de ser agente público desta original ideologia, pôde proporcionar para prosperar na vida e levar uma vida regalada à pala do paizinho Estado, que nunca falha com o pagamento dos ordenados destes privilegiados do regime.

E são muitos, muitos mais do que se pensa, os boys e as girls que viram este «furo» para subirem na vida. E subiram bastante bem, a avaliar pela exibição de riqueza que ostentam.

Quem paga tudo isto? Os mesmo de sempre!

A terceira peça da face oculta do socialismo democrático é o resultado final de tudo isto: desagregação do Sistema Económico e do Estado Social por via do saque e extorsão do Estado, para manter o sistema, aumento exponencial das desigualdades sociais, bancarrota, empobrecimento generalizado e miséria.Foi este o mal da Europa. Foi este o mal de Portugal.

A questão que se coloca a partir de agora é se o povo português quer continuar na rota do socialismo democrático que, com a trajectória que seguiu até aqui, vai desembocar no abismo ou se quer inverter a tendência e seguir outra trajectória.

Terá o povo português aprendido a lição?A resposta a esta pergunta é de prognóstico muito reservado.

Em meu entender receio bem que não.E a razão é muito simples: tendo em conta o perfil do nosso eleitorado e com metade do país habituada ao paternalismo do Estado e à subsídio dependência, não vai querer mudar.

Uma grande parte dos portugueses são avessos à mudança, não gostam de arriscar. Preferem o comodismo e a vida regalada que a subsídio-depedência pode proporcionar.

E os políticos profissionais, os boys e as girls, qualquer que seja o quadrante político, não vão desarmar e vão apostar em garantir a sua carreira.

Só que se esquecem duma coisa:

É que o socialismo só dura enquanto durar o dinheiro dos outros.

E o dinheiro dos outros está-se mesmo a acabar!

quinta-feira, 7 de julho de 2011

sábado, 2 de julho de 2011

GRÉCIA: A MINHA ARMA É A MINHA ALMA


Tenho acompanhado com muita preocupação a evolução da situação na Grécia, não apenas pelo sofrimento por que o povo grego está a passar, mas também pela possibilidade de contágio dessa situação a Portugal e a outros países europeus, tornando ainda mais frágil esta União Europeia que não soube precaver-se a tempo das ameaças que já pairavam no horizonte há vários anos.

E não soube precaver-se por um lado, pela inépcia e imobilismo dos eurocratas que estão à frente dos destinos europeus e por outro, por via dos socialismos que, teimosamente, vingaram durante demasiado tempo, nos países do sul da Europa: Portugal, Espanha e a própria Grécia.

Outros socialismos europeus também ajudaram, como na Inglaterra, em França e na própria Alemanha. Mas estes países resistiram melhor, ao desvario despesista e incompetente socialista, porque tinham e têm economias mais sólidas.

Mas, mesmo assim, precisaram da ajuda dos partidos não socialistas do centro e centro-direita, para se recomporem.

Ao observar a revolta popular na Grécia, constato aquilo que já observámos nos outros países do sul (Portugal e Espanha): os revoltados são predominantemente jovens.

E, nessa observação, fiquei a pensar na resposta de uma jovem grega que, ao ser entrevistada por uma repórter portuguesa sobre que «armas vão utilizar a partir de agora, para contestar a situação» ela respondeu de imediato:

- «A MINHA ARMA É A MINHA ALMA»

Esta frase diz tudo, sobre o sentimento de revolta, de decepção, de indignação e de desespero que vai na alma dos jovens gregos que, tal como cá e tal como Espanha e talvez em outros países europeus, não encontram explicação para uma situação de que são alheios, mas que de que irão ser as principais vítimas.

E vão ser as principais vítimas pela mão de uma geração egoísta, oportunista e imobilista, que só pensou em si própria, que só cuidou dos seus interesses imediatos e não pensou em planear e assegurar o futuro dos seus filhos.

Geração que acreditou e apostou, durante demasiado tempo, em modelos económicos e sociais ultrapassados, que não têm capacidade de gerar riqueza, que o mesmo é dize,r que não têm capacidade de arquitectar uma economia sólida capaz de criar poupança e portanto capacidade de investimento e de criação de emprego.

Antes pelo contrário, os sistemas em que esta geração apostou, enveredaram pela expansão de um Estado despesista gigantesco, para dar emprego, tachos e mordomias aos amigos do partido e que, pela voracidade em sacar receitas do sistema económico privado, para manter esse despesismo estatal incontrolado, acabaram por asfixiar o próprio sistema económico de tal forma que este acabou por soçobrar e ficar incapacitado de gerar riqueza que permitisse o investimento e com ele a capacidade de emprego.

O próprio Estado, como aliás sempre tenho afirmado nos artigos que escrevo, acabou, ele próprio por soçobrar, perante a sua incapacidade de saque sobre o sistema económico privado, consequência do definhar deste.

O próprio Estado Social, tão apregoado pelos socialistas, qual paraíso em que os velhos andam com bengalas de chocolate, também acabou por ser posto em causa, pelas mesmas razões.

Se acrescentarmos a tudo isto as estratégias do marketing eleitoral, demagógico e enganador, que os socialistas utilizaram para chegar ao poder, a incompetência, a inépcia, o oportunismo e as políticas suicidas de endividamento desmesurado, que seguiram para tentar iludir as populações de que o sistema era bom e o paraíso era possível e para os investimentos nas obras de regime, recorrendo a parcerias público-privadas, temos a mistura explosiva que provocou a hecatombe.