sábado, 23 de abril de 2011

A NOVA UNIÃO NACIONAL COR DE ROSA

Para quem, como eu, viveu sob o regime de Salazar, também conhecido como «Estado Novo», sabe do que estou a falar.

Para quem não viveu sob esse regime, devo esclarecer que a União Nacional dos tempos de Salazar, era o único partido autorizado em Portugal e que apoiava incondicionalmente o regime e por isso, os seus membros, gozavam de privilégios que mais ninguém auferia.

Os cidadãos eram chamados a participar, periodicamente, numas eleições (verdadeira farsa), em que só este partido concorria, porque mais nenhum podia participar.

Basta esta simples constatação para se concluir que vivíamos numa ditadura.

Agora, em regime democrático (falsa democracia, em que apenas concorre às eleições, cerca de metade do eleitorado, a outra metade está-se pura e simplesmente nas tintas), uma nova União Nacional está praticamente consolidada, em moldes muito semelhantes, à antiga União Nacional de Salazar.

De facto, estranhamos e cada vez mais que, nesta falsa democracia, apenas um partido ganha quase sempre as eleições.

Os outros é como se não existissem!



Não é de estranhar!

Daí a semelhança com a União Nacional de Salazar.


Por isso, para além do actual regime ser parcialmente representativo da vontade dos cidadãos, da cor desse partido único e de a antiga União Nacional nunca ter arruinado o país, as semelhanças entre as duas Uniões são assustadoramente óbvias:

- Quem nela se inscrever e participar, beneficia de grandes privilégios na sociedade (boas colocações e excelentes ordenados, no Estado e sector público estatal, em todos os órgãos directa ou indirectamente dependentes do Estado e nalgumas grandes empresas do sector privado).

Se os tachos não chegarem para todos, inventam-se mais e põe-se a plebe a pagar a conta.
Como se vê, é muito simples como o sistema funciona!

- Veneração e idolatração do líder (o querido líder), tal como antigamente.

- A máquina propagandística que parece ter sido tirada a papel químico da antiga organização de Salazar.

- Perseguição e censura a quem diga mal da nova União Nacional Cor de Rosa

Basta a primeira das semelhanças para não ficamos surpreendidos com a subida nas sondagens do partido que sistematicamente e após cada ciclo governativo, arruína completamente o país.

E com um bocado de jeito até pode voltar a ganhar as próximas eleições! Tudo aponta para isso. Se não ganhar, ficará certamente muito perto.

Esta nova União Nacional não quer saber de desgraças!

O importante é que os seus tachos e privilégios dourados estejam assegurados pelo seu líder espiritual. O resto que vá para o diabo.

O seu eleitorado sabe que o problema financeiro está a caminho da solução, vem aí dinheiro fresco, muito dinheiro.

O partido rosa se calhar já nem precisa da muleta dos partidos da direita. Com tanto dinheiro o problema resolver-se-á por si próprio, e tudo continuará como dantes, até à próxima visita do FMI.

Por isso Sócrates ri-se.

Ri-se de termos chegado até aqui e da vitória, quase certa, nas próximas eleições. Está feliz e exuberante com o seu trabalho e com o serviço que prestou ao país, com a preciosa ajuda, naturalmente, da sua querida União Nacional.


Vê-se pela alegria que, nos últimos dias tem exibido publicamente.

O seu eleitorado fiel, incondicional, zeloso e orgulhoso pelo seu líder, está sempre com ele, nas horas boas e principalmente nas más, como esta. Está também muito contente e radiante.

Vai de férias tranquilamente para os locais mais exóticos e recônditos deste mundo. Três vezes por ano!


Esgota hotéis. Dinheiro é coisa que não falta.

E as sondagens sobem, sobem… reflectindo essa alegria e esse entusiasmo.

E a campanha ainda nem sequer começou!

O Primeiro-Ministro demissionário ri-se da população portuguesa que sofre as agruras do dia a dia, que já não sabe o que fazer à vida, que já está a passar fome e, se não fosse a generosidade de muitos de nós, da Igreja, dos restaurantes e de organizações não governamentais, imagino o que seria destas pessoas.

Já nada me surpreende neste país dos paradoxos, das extremas desigualdades sociais a que este regime conduziu.

Já nada me surpreende, nem o perfil tipicamente terceiro-mundista do nosso país, nem a caminhada, a continuarmos assim, para a nossa albanização e chegarmos à condição de país marginal e mais pobre da Europa, que neste momento praticamente já somos.

Mas, de muita gente rica!


Ainda hoje, as notícias da venda de iates de luxo, diziam que a procura está a crescer cada vez mais.

Os tais iates que custam a módica quantia de quase dois milhões de euros, os mais baratos
, como bem frisou a entrevistada na reportagem passada nos canais de televisão, com toda a pompa e circunstância, como é seu apanágio quando se trata de coisinhas deste género.

Carteiras bem recheadas é coisa que não falta no nosso país!
Com um endividamento público e privado já na casa dos 150 mil milhões de euros, não é de admirar!


País pobre, de pessoas ricas!

Até quando?

sexta-feira, 22 de abril de 2011

O SOCIALISMO DURA ATÉ SE ACABAR O DINHEIRO DOS OUTROS (Margaret Thatcher)

Quantos países com governo socialista restam agora em toda a União Europeia?
Depois das últimas eleições na Hungría e no Reino Unido
só ficaram 3 países:

Grécia, Portugal e Espanha

… que coincidência!

Como disse Margaret Thatcher

"o socialismo dura até se acabar o dinheiro dos outros".

Em Portugal, pelo que se está a ver, nem mesmo acabando o dinheiro dos outros, o socialismo acaba.

Até um dia, quando isto tudo rebentar de vez!

terça-feira, 19 de abril de 2011

sábado, 16 de abril de 2011

CUIDADO PORTUGUESES: ABSTENÇÃO, NUNCA!!!

Hoje, ao ouvir as notícias matinais, dos canais de televisão, fiquei petrificado com uma notícia que tinha tanto de bombástica como de perigoso populismo.

O bastonário da ordem dos advogados, a fazer o apelo à abstenção generalizada dos portugueses, nas próximas eleições!

Argumenta com o facto da classe política ter perdido completamente a credibilidade.

Embora isto seja parcialmente verdade, em relação ao partido rosa que, de longe tem sido o partido que mais tempo tem governado Portugal, qualquer generalização é, neste momento, extremamente perigosa.

Perante a inépcia e o imobilismo do Presidente da República, neste momento, o que Portugal mais precisa, como pão para a boca, é da formação de um governo saído de eleições.

Um governo que integre um elenco alargado de personalidades da área dos partidos e de independentes que, com sentido patriótico, defina um plano estratégico com medidas de curto e longo prazos, para salvação do país.

Perante este compasso de espera, de mais de dois meses, sem se ter formado um governo de iniciativa presidencial, como se impunha, perante a extrema gravidade da situação do país, deixando assim, que a situação se agravasse e se degradasse ainda mais, como estamos a assistir, o pior que nos poderia acontecer, era uma abstenção generalizada.

Uma abstenção generalizada abriria caminho à ingovernabilidade do país, à exclusão de uma derradeira hipótese de formação de um governo, de pessoas que se dizem determinadas e dispostas a darem tudo pelo seu país.

Estas pessoas existem, têm sentido patriótico e estão dispostas a esse desafio.

Temos que lhes dar essa oportunidade!

Com o FMI já em nossa casa, com países europeus a recusarem participar nos fundos comuns de ajuda a Portugal, argumentando que não sabemos governar a nossa casa e de estarmos a ser acusados de gestão ruinosa do país, o apelo a uma abstenção generalizada, neste momento, é um a atitude de extrema irresponsabilidade.

Uma abstenção generalizada poderia abrir caminho à não formação de um governo credível, ou simplesmente à impossibilidade de formação de uma solução de governo que desse suficiente credibilidade às instâncias internacionais que nos estão a observar atentamente e que vão disponibilizar os fundos necessários para que Portugal possa sair desta situação.

Uma abstenção generalizada era admitir a nossa derrota, era a prova da nossa incapacidade, era damo-nos por vencidos!

E, é preciso alertar os portugueses para as consequências da situação que se criaria, com a não formação de um governo credível ou à ingovernabilidade do país.

As consequências para Portugal seriam extremamente severas:

- Seríamos punidos e castigados, são os termos mais adequados, com medidas extremas de austeridade e de implementar obrigatoriamente todas as condições impostas pelas instâncias internacionais, como muito bem alertou um reputado especialista em direito internacional.

Ficaríamos sem qualquer margem de manobra!

Ficaríamos numa situação semelhante à de uma capitulação numa guerra em que fomos vencidos. Teríamos de aceitar todas as condições impostas pela potência ou potências vencedoras.

Seria o descrédito total de Portugal, cuja reputação está já neste momento, pelas ruas da amargura nas instâncias internacionais e, até com alguma probabilidade, ficarmos numa situação semelhante à de um protectorado, sob a tutela de alguma troica europeia.

Bom ou mau, é absolutamente necessário formar um governo saído das próximas eleições.

QUEREMOS QUE SEJA BOM e para isso é preciso que os portugueses tomem consciência da extrema gravidade em que se encontra o país e que exigem um GOVERNO À ALTURA DAS CIRCUNSTÂNCIAS.

É preciso que os portugueses olhem para o seu passado, para a situação em que estão hoje e vejam finalmente o que funcionou mal até aqui.

Isto significa que não podemos, de modo nenhum, voltar a insistir nas mesmas receitas do passado, nas mesmas soluções de governo que nos conduziram à ruína, é preciso em suma, que os portugueses abram os olhos de uma vez por todas e tenham a coragem de MUDAR ESTE PAÍS!

É preciso MUDAR, e para mudar não podemos voltar a cair nos mesmos erros!

Por isso, como português, naquilo que posso e devo e que neste momento é escrever este simples artigo, apelo aos meus concidadãos para perceberem que o dia 05 DE JUNHO É CRUCIAL PARA PORTUGAL.

NO DIA 05 DE JUNHO VAMOS TODOS VOTAR EM MASSA, VAMOS TODOS DAR UMA GRANDE LIÇÃO AOS DETRATORES DESTE PAÍS!

TEMOS DE MOSTRAR, MAIS UMA VEZ, NESTE MOMENTO HISTÓRICO, QUE ESTAMOS À ALTURA DAS CIRCUNSTÂNCIAS, COMO SEMPRE ESTIVEMOS NO PASSADO.

VAMOS TODOS LUTAR POR ESTE NOSSO PORTUGAL QUE, MELHOR OU PIOR, SEMPRE É NOSSO!



Por isso, no dia 05 de Junho, ABSTENÇÃO, NUNCA!!!

quinta-feira, 14 de abril de 2011

FOI PEDIDO O RESGATE

Transcrevo um artigo da autoria do Prof. Medina Carreira, dada a sua actualidade, perante a situação extremamente grave do país:


FOI PEDIDO O RESGATE

Henrique Medina Carreira


«Bom, dado o que está em causa é tão só o futuro dos nossos filhos e a própria sobrevivência da democracia em Portugal, não me parece exagerado perder algum tempo a desmontar a máquina de propaganda dos bandidos que se apoderaram do nosso país. Já sei que alguns de vós estão fartos de ouvir falar disto e não querem saber, que sou deprimente, etc, mas é importante perceberem que o que nos vai acontecer é, sobretudo, nossa responsabilidade porque não quisemos saber durante demasiado tempo e agora estamos com um pé dentro do abismo e já não há possibilidade de escapar.


Estou convencido que aquilo a que assistimos nos últimos dias é uma verdadeira operação militar e um crime contra a pátria (mais um).


Como sabem há muito que ando nos mercados (quantos dos analistas que dizem disparates nas TVs alguma vez estiveram nos ditos mercados?) e acompanho com especial preocupação (o meu Pai diria obsessão) a situação portuguesa há vários anos.


Algumas verdades inconvenientes não batem certo com a "narrativa" socialista há muito preparada e agora posta em marcha pela comunicação social como uma verdadeira operação de PsyOps, montada pelo círculo íntimo do bandido e executada pelos jornalistas e comentadores "amigos" e dependentes das prebendas do poder (quase todos infelizmente, dado o estado do "jornalismo" que temos).


Ora acredito que o plano de operações desta gente não deve andar muito longe disto:


Narrativa: Se Portugal aprovasse o PEC IV não haveria nenhum resgate.

Verdade: Portugal já está ligado à máquina há mais de 1 ano (O BCE todos os dias salva a banca nacional de ter que fechar as portas dando-lhe liquidez e compra obrigações Portuguesas que mais ninguém quer - senão já teriamos taxas de juro nos 20% ou mais).


Ora esta situação não se podia continuar a arrastar, como é óbvio.


Portugal tem que fazer o rollover de muitos milhares de milhões em dívida já daqui a umas semanas só para poder pagar salários! Sócrates sabe perfeitamente que isso é impossível e que estávamos no fim da corda.


O resto é calculismo político e teatro. Como sempre fez.


Narrativa: Sócrates estava a defender Portugal e com ele não entrava cá o FMI.

Verdade: Portugal é que tem de se defender deste criminoso louco que levou o país para a ruína (há muito antecipada como todos sabem). A diabolização do FMI é mais uma táctica dos spin doctors de Sócrates.


O FMI fará sempre parte de qualquer resgate, seja o do mecanismo do EFSF (que é o que está em vigor e foi usado pela Irlanda e pela Grécia), seja o do ESM (que está ainda em discussão entre os 27 e não se sabe quando, nem se, nem como irá ser aprovado).


Narrativa: Estava tudo a correr tão bem e Portugal estava fora de perigo mas vieram estes "irresponsáveis" estragar tudo.

Verdade: Perguntem aos contabilistas do BCE e da Comissão que cá estiveram a ver as contas quanto é que é o real buraco nas contas do Estado e vão cair para o lado (a seu tempo isto tudo se saberá).


Alguém sinceramente fica surpreendido por descobrir que as finanças públicas estão todas marteladas e que os papéis que os socráticos enviam para Bruxelas para mostrar que são bons alunos não têm credibilidade nenhuma?


E acham que lá em Bruxelas são todos parvos e não começam a desconfiar de tanto óasis em Portugal?


Recordo que uma das razões pela qual a Grécia não contou com muita solidariedade alemã foi por ter martelado as contas sistematicamente, minando toda a confiança.


Acham que a Goldman Sachs só fez swaps contabilísticos com Atenas? E todos sabemos que o engº relativo é um tipo rigoroso, estudioso e duma ética e honestidade à prova de bala, certo?


Narrativa: Os mercados castigaram Portugal devido à crise política desencadeada pela oposição. Agora, com muita pena do incansável patriota Sócrates, vem aí o resgate que seria desnecessário.

Verdade: É óbvio que os mercados não gostaram de ver o PEC chumbado (e que não tinha que ser votado, muito menos agora, mas isso leva-nos a outro ponto), mas o que eles querem saber é se a oposição vai ou não cumprir as metas acordadas à socapa por Sócrates em Bruxelas (deliberadamente feito como se fosse uma operação secreta porque esse aspecto era peça essencial da sua encenação).


E já todos cá dentro e lá fora sabem que o PSD e CDS vão viabilizar as medidas de austeridade e muito mais. É impressionante como a máquina do governo conseguiu passar a mensagem lá para fora que a oposição não aceitava mais austeridade. Essa desinformação deliberada é que prejudica o país lá fora porque cria inquietação artificial sobre as metas da austeridade.


Mesmo assim os mercados não tiveram nenhuma reacção intempestiva porque o que os preocupa é apenas as metas. Mais nada. O resto é folclore para consumo interno. E, tal como a queda do governo e o resgate iminente não foram surpresa para mim, também não o foram para os mercados, que já contavam com isto há muito (basta ver um gráfico dos CDS sobre Portugal nos últimos 2 anos, e especialmente nos últimos meses).


Porque é que os media não dizem que a bolsa lisboeta subiu mais de 1% no dia a seguir à queda?


Simples, porque não convém para a narrativa que querem vender ao nosso povo facilmente manipulável (julgam eles depois de 6 anos a fazê-lo impunemente).


Bom, há sempre mais pontos da narrativa para desmascarar mas não sei se isto é útil para alguém ou se é já óbvio para todos. E como é 5ª feira e estou a ficar irritado só a escrever sobre este assunto termino por aqui. Se quiserem que eu vá escrevendo mais digam, porque isto dá muito trabalho».

quarta-feira, 13 de abril de 2011

JÁ NÃO ACREDITO EM EQUÍVOCOS

Durante muito tempo acreditei que uma parte da população portuguesa, estaria equivocada, mal informada, sobre o que se passou e continua a passar-se, no nosso país.

Durante muito tempo acreditei que este segmento da população portuguesa, estando mal informado, estaria a apoiar um partido político que, cíclica e sistematicamente, após os seus governos, arruína o país.


E quando constato que, já é a terceira vez que isto acontece e o FMI entra em Portugal para arrumar a nossa casa, completamente desarrumada e destruída, após cada ciclo de governação socialista, começo a não acreditar em equívocos nem em coincidências. Tudo tem uma explicação, nada acontece por acaso!

Não é por acaso que, já pela terceira vez, uma organização política, sempre a mesma, apoiada incondicionalmente, por essa parte da população portuguesa, aparentemente de forma inexplicável e contrariando as atitudes conscientes, atentas e proactivas das populações do nosso clube europeu, da mesma cor política, atira com o país para a fossa, para o descrédito internacional e para a ruína económica e financeira.

Parece que, para esta parte da população portuguesa quanto pior, melhor!

Como se pode explicar a extraordinária recuperação do partido rosa nas mais recentes sondagens, perante o completo descalabro a que conduziu o país, durante a sua governação?

Não estamos a falar de miragens no deserto, nem em situações virtuais, esta desgraça e esta calamidade nacionais, estão mesmo a acontecer e o pior ainda está para vir.

Então como explicar o comportamento desta parte da população portuguesa, contrariando o das suas congéneres europeias, que essas sim, conscientemente, penalizaram fortemente os respectivos partidos socialistas lá do sítio, após o descalabro a que também conduziram os respectivos países?

Veja-se o exemplo dos ingleses que, após a governação ruinosa de Blair e Brawn, apostaram num governo forte e competente, do Centro Direita!

E vejam-se os resultados prometedores deste governo, colocando o Reino Unido, numa trajectória de crescimento e de extraordinária recuperação do descalabro socialista.

Por isso e porque não pode haver equívocos nem coincidências, tenho de concluir que este apoio sistemático e incondicional desta parte da população portuguesa, à organização política que nos tem sistematicamente conduzido à ruína, visa deliberadamente atingir determinados objectivos, mesmo que isso custe a desgraça do país.

Mas, e há sempre um mas, um dia o tiro sair-lhes-á pela culatra, e costuma dizer-se «tantas vezes vai o cântaro à fonte que dia acabará por partir-se».


Ou seja, essa parte da população que, sistematicamente, incondicionalmente, coloca no poder uma organização política que já mostrou e demonstrou total incapacidade para governar este país, um dia, quando menos espera, não vai sair incólume da situação que ela própria criou e o terramoto acabará por atingi-la com toda a sua violência e não apenas os mais desfavorecidos, como habitualmente acontece.

O tsunami que se vai seguir ao terramoto, acabará por atingir os seus mesquinhos interesses, o seu egoísmo exacerbado, os direitos mais do que adquiridos que deixarão de o ser, os tronos de cristal onde estão comodamente instalados, enfim, todas as nobres mordomias e privilégios a que estão habituados (ou mal habituados) e que o partido nobre sempre lhes garantiu.

Receio bem que desta terceira vez, essa estranha parte da população, não vai sair ilesa, porque a calamidade que nos atingiu é a mais severa de todas e nem de perto nem de longe se compara com os pântanos anteriores, que foram uma brincadeira quando comparados com o temporal que temos pela frente.

Mas, mais um mas, há sempre uma minoria que sai incólume de tudo, a alta nobreza deste país que, como sempre, sabe acautelar a tempo os seus privilégios dourados e, por mais grave que seja a crise, esta nunca as atinge.


sábado, 9 de abril de 2011

O CONGRESSO DA NOBREZA SOCIALISTA

Os nobres da República estão mais uma vez em congresso.

Estão reunidos mais uma vez para fazer uma campanha de marketing, para convencer a clientela a comprar o produto, que sempre venderam ao povo português.

Estão exuberantes, contentes, satisfeitos, pelo excelente trabalho que fizeram e prometem fazer ainda melhor no futuro.

Estão contentes e exuberantes, porque tudo lhes corre bem, enquanto o povo sofre.

Sofre na pele as agruras do dia a dia, já conta os tostões para sobreviver, passa fome e recorre à sopa das misericórdias e à generosidade e caridade alheias.

Povo que, perante a angústia e o desespero do dia a dia, fez disparar o consumo de anti-depressivos. 30% da população portuguesa sofre de depressão e consome anti-depressivos. Coisa nunca vista!

E agora, como se tudo isto já não fosse um verdadeiro tormento, ainda lhe cai em cima o FMI.

É já o terceiro da revolução abrilista, pela mão do partido da rosa.

O partido da rosa, os nobres da República, estão contentes e exuberantes pelo excelente trabalho. Como sempre.

Prometem mais ilusões e nós voltamos a acreditar! Como sempre!

E pasme-se! Mesmo com o FMI em nossa casa.

Deve haver certamente, muita gente interessada nisto: ganhar com a desgraça dos outros!

As últimas sondagens mostram que estamos muito satisfeitos com o excelente trabalho da nobreza que tem governado o país. Espectacular recuperação do partido nobre.

E depois do congresso ainda vai subir mais.

Porque continuamos, masoquistamente, e não só, a acreditar nas mesmas ilusões de sempre, as ilusões que já chamaram por três vezes o FMI a Portugal.

Foi em 1977, em 1983 e agora em 2011.

É um fatalismo cíclico, após cada período de governação socialista. Depois… quem vier atrás que feche a porta…

Alguém há-se resolver o problema e, para vergonha de todos nós, têm de ser os outros a resolvê-lo perante a nossa manifesta incapacidade, inconsciência, paternalismo e oportunismo.
 
Mas, desta vez temos algo de diferente e original:

O partido rosa conseguiu arranjar um «alibi», um pretexto, algo de muito original, para se descartar da desgraça que provocou, mais uma vez, ao povo português.

É que a culpa de tudo isto o que nos está acontecer, foi obra sinistra e tenebrosa dos seus adversários, vulgarmente chamados de oposição que, maldosamente maquinaram a recusa de mais um PEC e que, segundo eles, faria o excelso milagre de salvar a Pátria.

E muitos dos seus simpatizantes e militantes, vendo o seu idolatrado líder ser vítima de mais uma diabólica maquinação, ficam em estado de choque e decidem fazern subir as sondagens.

Portugal é o único país da União Europeia, cujo eleitorado socialista não penalizou o partido, perante o descalabro e a ruina a que nos conduziu.

Um verdadeiro mistério que não é muito difícil desvendar. Mas, isso é matéria de sociólogos, politólogos e especialistas em ciências do oculto e do Além...

E não vai ficar por aqui, porque este país não consegue mudar, não consegue seguir outro caminho, não consegue sair do radicalismo dos dogmas sagrados, dos interesses instalados, do fanatismo partidário.

Sempre com os nobres de sempre a governar!

E novo congresso aí está, uma espécie de Cortes do Reino, como na Idade Média, para falar do Povo e para o Povo, a classe social mais baixa da sociedade, a mais desfavorecida. Tal como na Idade Média.

A tal classe social que tudo suporta e tudo paga, para bem do Reino e da Nobreza, a classe social mais alta e mais abastada, porque o Clero esse, já não existe como classe social. Perdeu poder e influência.

É a única diferença para os tempos medievais. De resto é tudo igual.

Está em marcha uma estratégia de perpetuação no poder desta nobreza que arruinou o país, que pôs o Povo na miséria ou em grandes dificuldades.

E tudo indica que, se não ganhar as eleições ficará lá perto, dificultando que outras competências, outras capacidades e outros valores, dêem o seu contributo para colocar o país no rumo certo.

Se isso acontecer e não houver uma alternativa de governo, por manifesta incompatibilidade com a teimosia e radicalismo desta nobreza e seus apoiantes, que não deixa espaço para nada nem para ninguém, por óbvio e doentio apego ao poder, vai ser muito complicado para Portugal.

Para vergonha de todos nós e mais uma vez, vão ser os outros, os de fora, que ditarão as regras e seremos obrigados a formar um governo, com muleta ou sem muleta dos partidos ditos de direita, considerados e apelidados, pelo regime e pela esquerda, de «fascistas» e «reaccionários».

Se isso acontecer e é uma hipótese em aberto, vai ser um «sapo» muito difícil de engolir, pois e como sempre, serão os partidos «fascistas» e «reaccionários» que vão servir de muleta ao partido nobre para salvar o país, que este irresponsavelmente arruinou.

E o ciclo vai repetir-se, daqui a dez anos teremos cá novamente o FMI para uma visita de boas vindas!

terça-feira, 5 de abril de 2011

NÃO INSISTA SR. PRIMEIRO-MINISTRO!

Por mais que se justifique, todo o país, de norte a sul, sabe perfeitamente que, o que nos aconteceu, não tem justificação, pelo menos da forma como o está a fazer, ao insistir na tese de que a culpa da tragédia que estamos a viver, é da oposição, de incertos, da crise internacional ou de um PEC 4 que não foi aprovado.


Sr. Primeiro Ministro, não insista com essa tese, porque já ninguém acredita, por mais brilhante e inflamado que seja o seu discurso.


Tenha a humildade de reconhecer que a situação a que chegámos resultou de um acumular de erros ao longo de décadas, por insistirmos em determinado modelo político, económico e social, que países que lograram o desenvolvimento, já abandonaram.


Tudo isto a que temos de adicionar uma acentuada dose de imobilismo, de falta de visão estratégica de longo prazo para o país e de não se terem efectuado, na altura apropriada, as grandes reformas estruturais, ao nível do Estado e da Administração Pública, do sector empresarial do Estado e de muitos outros aspectos da vida da sociedade em que se impunham essas reformas.


Era óbvio que tudo isto se iria agravar durante os seus governos, porque o mal já vinha de trás e não foram tomadas a tempo, medidas eficazes que poderiam ter obstado a que chegássemos a uma situação limite, de grave emergência nacional como a que estamos a viver.


Sr. Primeiro-Ministro tenha a humildade de seguir o exemplo de António Guterres, seu camarada de Partido que, ao aperceber-se do «pântano» que vinha a seguir, depois de também ter cometido erros, teve a humildade de reconhecer que não estava à altura das circunstâncias e decidiu sair.


Sr. Primeiro-Ministro siga o exemplo, agora bem recente, do seu homólogo espanhol, José Sapatero que, reconhecendo que perdeu o controlo da situação e apresentando evidente desgaste, já anunciou que não se vai candidatar nas próximas eleições, abrindo assim caminho a que outras ideias surjam, outras competências e outras capacidades surjam, dando a oportunidade a outros, mais frescos e não desgastados.


A situação que temos hoje, não se compara, nem de perto nem de longe com o «pântano» de António Guterres, mais uma razão para reconhecer que todos não somos demais, todas as capacidades e competências não são demais para dar o seu contributo numa situação de grande emergência nacional como esta.


Por isso só lhe ficava bem retirar-se e descansar que bem precisa e deixar que outros com ideias novas, mais frescos e determinados, possam abrir caminho às soluções que não foram planeadas, nem implementadas, durante décadas.


Não insista com as mesmas receitas que não funcionaram nem vão funcionar.


É preciso mudar de filosofia e de paradigma e ter a coragem, de forma pragmática de assumir essa mudança e pôr em marcha um plano estratégico de longo prazo para o desenvolvimento sustentado do país, que o mesmo é dizer criar as condições para a formação de um sistema económico sólido, que crie riqueza que se veja, base de tudo.


Sem sistema económico que crie riqueza, não há nada mesmo Sr. Primeiro-Ministro, nem Estado, nem emprego, nem sistema social.


É o empobrecimento do país, agravado com o endividamento. É um círculo vicioso que nunca mais pára e que se vai repercutir no futuro, criando sérias dificuldades às gerações vindouras.


Este processo de empobrecimento progressivo e diga-se, também do artificialismo de o país viver acima das suas possibilidades, já devia ter parado há muito tempo.


Por isso, não insista em continuar Sr. Primeiro-Ministro, era um grande favor que fazia ao país!