sábado, 22 de novembro de 2014

PORREIRO, PÁ! QUANDO O DINHEIRO FALA, A VERDADE CALA-SE

 
 
 
 
Em Portugal, apesar de todas as desgraças que já nos aconteceram nestes quarenta anos da República de Abril, vive-se ainda o diálogo radicalizado entre esquerda e direita, como se tudo se resumisse a uma questão ideológica.
 
As análises, os comentários, os colunistas mediáticos e os articulistas dos blogs, baseiam ainda muito as suas opiniões e os seus pontos de vista, nesta dicotomia, esquerda-direita. Ou seja, nas suas convicções ideológicas.
 
Tudo se resume e baseia em análises deste tipo. A esquerda combatendo a direita e a direita combatendo a esquerda.
Mesmo quando não se trata de questões políticas, mesmo quando se trata de questões objectivas, que indiciam práticas criminais e que são do foro da Justiça.
 
Vem isto a propósito da detenção do ex-primeiro ministro José Sócrates, por fortes e graves indícios, de práticas de crimes públicos.
 
E, não bastando a ruina que este homem, em seis anos de governação, provocou ao país, facto que, só por si, justificava uma auditoria à sua governação e apuramento de responsabilidades, não apenas políticas, como é norma em Portugal, mas civis e criminais, há pessoas que, perante esta detenção, ainda acham que a atitude das Polícias e do Ministério Público, não devia ter sido esta.
 
Ou seja, desde que a desgovernação ruinosa ou os indícios de crime, venham da esquerda, tudo deve ser perdoado e esquecido, simplesmente porque se trata da esquerda, sistema e regime instaurados em Portugal, em 1974, com a  Revolução.
 
Mas, a verdade objectiva, os factos, as crises permanente em que o país tem estado mergulhado, nestes quarenta anos da III República, mostram à evidência, que não se trata, não se tratou,  de questões ideológicas, de questões esquerda-direita, como muita gente neste país costuma tudo reduzir.
 
Trata-se objectivamente de uma crise de regime, que arquitectou um comportamento e uma cultura dos seus agentes, quase sempre vindos da chamada esquerda, baseados no oportunismo, no carreirismo, na promiscuidade poder político-poder económico, na corrupção, na retórica enganadora e na demagogia, agitando as bandeiras ideológicas da democracia e do socialismo, mas que não passam de máscaras, atrás das quais, sempre têm escondido os seus verdadeiros intentos.
 
Uma cultura baseada nesta estratégia ideológica, mas visando apenas o poder pelo poder, o individualismo e ambição pessoais, com desprezo pela sociedade e sem qualquer sentido colectivo da governação.
 
Estes são, objectivamente, os factos.  
Toda a discussão baseada na retórica ideológica esquerda-direita, que tudo pretende explicar, mesmo o inexplicável, é pura perda de tempo e efémero contributo, para que os erros do passado não se repitam e as disfunções do regime sejam corrigidas.

terça-feira, 4 de novembro de 2014

A PROLIFERAÇÃO DE PEQUENOS PARTIDOS

 
 
Acredito que este fenómeno, a que estamos a assistir na nossa sociedade, é o reflexo do estado de ruina e de negação a que chegou o país, pela mão dos partidos do sistema político, representados na Assembleia da República.
Desde logo, os principais, Partido Socialista e Partido Social-Democrata, coligados ou não. O chamado Centrão, os que directamente, pela escabrosa e péssima governação, contribuíram para a ruina.
Mas também, indirectamente, os que, na sombra, na quase clandestinidade democrática, o Partido Comunista e o Bloco de Esquerda, manobram os cordelinhos das suas corporações sindicais e do sistema de educação, para completarem a destruição e doutrinar as mentes, pensando no voto futuro e no poder.
Este fenómeno prova que, pessoas, grupos, associações e movimentos cívicos, se mobilizam e tentam de alguma forma, com os escassos meios de que dispõem, agir, sacrificar-se pela causa do país que, a olhos vistos, mais de afunda, comprometendo todo o nosso futuro colectivo, enquanto país e enquanto Nação.
Partidos, já são mais de vinte e candidatos a partidos provavelmente quase outros tantos.
Por muito boas que sejam as causas porque se movimentam e honra lhes feita por isso, porque não fazem parte da tal esmagadora maioria da sociedade, que não se quer incomodar, prefere a comodidade do sofá e acha que têm de ser os outros, a fazer aquilo que tem se ser feito, estes pequenos partidos, alguns com excelentes ideias, estão a cometer, pelo menos,  DOIS GRAVES ERROS.
Em primeiro lugar, muitos estão focados, quase exclusivamente, em sectores específicos da sociedade e não para projectos globais para todo o país. É errado, é perda de tempo e gasto inútil de energias.
Em segundo lugar, a excessiva proliferação de partidos, alguns próximos em projecto político e muito radicalizados na defesa da sua dama, enfraquece cada vez mais a oposição democrática ao sistema vigente, confunde o eleitorado e, dificulta o surgimento da tão desejada ALTERNATIVA POLÍTICA, séria, forte, credível e realista que, isolada ou coligada, possa chegar ao poder e, progressivamente, implementar as reformas absolutamente necessárias e urgentes e que já tardam demasiadamente, nas estruturas do país.
Estes pequenos partidos e movimentos, têm de perceber uma coisa muito simples. É que, por muito bom que seja um projecto político, por muito nobre que seja a nossa causa, por muito que valha o sacrifício pelas causas em que acreditamos, por muito que a nobreza da causa, imponha à nossa consciência, que não podemos abdicar dela de forma nenhuma, nunca podemos perder de vista o GRANDE OBJECTIVO NACIONAL que, no contexto actual  defrontamos, ESTÁ ACIMA DE TODAS AS CAUSAS, por mais nobres que sejam.
Quer isto dizer que, todos os projectos políticos, por um lado, não podem, não devem, ser desenquadrados do GRANDE OBJECTIVO, face ao contexto, e por outro, DEVEM POSSUIR A NECESÁRIA FLEXIBILIDADE PARA SE FAZEREM CEDÊNCIAS, PARA SE ABDICAR DE ALGO, EM PROL DE UMA UNIÃO DE FORÇAS, ABSOLUTAMENTE NECESSÁRIA PARA DEFRONTAR UM ADVERSÁRIO TÃO PODEROSO, TÃO ARDILOSO, TÃO ASTUTO E COM TANTAS ALIANÇAS, como aquele que, no contexto actual estamos a defrontar e, completamente indefesos
A proliferação e pulverização de partidos e movimentos, radicalizados nos seus redutos, pior ainda, competindo entre si, sem nenhuma flexibilidade de cedência nas chamadas questões essenciais, é um enorme erro que todos estão cometer, que só enfraquece cada vez mais o surgimento da ALTERNATIVA REFORMISTA e BENEFICIA CADA VEZ MAIS OS PARTIDOS DO SISTEMA POLÍTICO, COM REPRESENTAÇÃO PARLAMENTAR.
Sentindo isso, tomando um pulso fraco e uma completa desarticulação e desunião de forças opositoras, algumas lutando umas contra outras, do mesmo lado da barricada, cada vez mais os partidos do regime e que vegetam e vivem dele, ABUSARÃO DO PODER E A REPRESSÃO ABATER-SE-Á, CADA VEZ MAIS INSUPORTÁVEL, SOBRE TODOS NÓS.